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quarta-feira, 9 de março de 2011

Por Leonardo Félix

A nossa cultura está afetada pelo pecado - sendo ela criação dos homens, não poderia ser diferente (cf. Romanos, 3:23). Então, tudo o que é cultural é pecaminoso e demoníaco? Ou, a cultura engloba tudo, inclusive a revelação de Deus? Na primeira posição estão aqueles que satanizam tudo. Estes não conseguem apreciar as manifestações culturais. Para eles, elas são fruto do diabo. No outro lado da questão, estão aqueles que veem o universo cultural como totalizante da vida humana a ponto de incluir Deus como criação humana.

É preciso que firmemos uma posição equilibrada em relação à cultura. Não há como fugir das criações humanas. Os extremos podem nos fazer criadores de uma cultura demoníaca, centrada no homem e nos seus preconceitos. Para os nascidos de Deus o a postura sábia resulta do desejo de reconciliar com Deus a humanidade caída e consequentemente a sua cultura. 

O cristão é uma nova criatura. Um novo ser que caminha na contramão do mundo (entenda-se por mundo: o modo como os homens sem Deus se conduzem). Isso produz uma nova mente também formadora de novos hábitos e santificadoras das criações humanas. 

A cultura cristã é distinguida da cultura mundana pelas virtudes que evidenciam a obediência à vontade de Deus. A revelação dessa vontade está contida nas Escrituras (João, 17:17). Pela fé encontramos o elo entre Deus e tudo aquilo que é humano. A criação caída recebe a reconciliação através de Cristo. Nele está a essência de todas as manifestação culturais que o Pai deseja para os seus filhos. 

Daí, precisamos destacar que Cristo não fugiu da sua cultura, mas vivenciou-a de forma santa.

Quando penso nisso vejo Cristo em meio às festividades de sua época. Em Caná da Galiléia o Mestre participou de um casamento (João, 2:1-2). Naquela festividade criada pelos homens para expressar a alegria e gozo de suas realizações estava o Nazareno. 

Agiu Jesus corretamente? Ou, não deveria participar daquela “festa demoníaca”? Jesus foi um homem de sua cultura, mas não escravo dela, pelo contrário, foi criador de uma nova cultura, desprovida da promiscuidade, do egoísmo, da luxúria, de todo pecado. Vivenciou as instituições de sua época em perfeita harmonia com Deus.

Jesus contrariou as instituições humanas fundamentadas no pecado. Os fariseus de sua época haviam criado hábitos que os distanciavam do amor e da misericórdia. Enquanto Jesus jantava na casa de Mateus juntamente com publicanos e pecadores, os doutores da lei questionavam: “Por que come o vosso mestre com os cobradores de impostos e pecadores?” (Mateus, 9:9-13). A cultura formada por aqueles homens era mundana. Supervalorizavam o exterior e a religiosidade. Se tivessem abraçado a nova cultura que Jesus ensinava com sua vida conheceriam o amor e a misericórdia de Deus para com os pecadores.

Pergunto: que cultura nós temos produzido? Deus nos chamou para o ministério da reconciliação em Cristo. Os homens precisam ser santificados em Cristo, nossas instituições precisam ser formadas à luz do reino de Deus, aquilo que Satanás usurpou (e usurpa), precisa ser purificado para a glória de Deus. 

Seja Deus Senhor de toda cultura!

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