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sábado, 7 de maio de 2011

Grupos gays comemoram.

Grupos gays comemoram decisão do STF e programam celebração da vitória

Supremo aprovou por unanimidade o reconhecimento da união estável entre homossexuais
Jornal do Brasil
José Luiz de Pinho
 
A vitória por unanimidade (10 votos a 0) no Supremo Tribunal Federal reconhecendo a união estável entre homossexuais, que terão 112 direitos antes exclusivos de casais heterossexuais, foi classificada como um marco histórico pelas lideranças gays do Rio de Janeiro, que vão comemorar a vitória com vários eventos pela cidade.

>> Leia também: Forças Armadas vão garantir direitos de casais gays, diz Jobim

Júlio Moreira, presidente do Movimento Arco-Íris, que completará 17 anos neste dia 21, antecipou ao JB três eventos para festejar a vitória no STF.
"Se na hora de pagar impostos, os gays e lésbicas pagam como os héteros, por que na hora de ter direitos há diferenças?", diz Claudio Nascimento

– Ganhamos um presente antecipado de aniversário E os homossexuais têm que comemorar mesmo – festejou Júlio. – Será um pacote de eventos: dia 17, no Dia Mundial de Combate à Homofobia, esperamos fazer uma caminhada na orla de Copacabana. Dia 22, o Arco-Íris fará festa na Boate 1140, em Jacarepaguá, e dia 24, haverá outra no Bar Sinônimo, na Lapa.

Sobre a vitória no STF, Júlio Moreira lembrou que há 15 anos os homossexuais lutavam para conquistar esses direitos no Congresso.

– Em 1995, a deputada federal Marta Suplicy apresentou no Congresso um projeto defendendo a união estável entre homossexuais – lembrou Júlio. – Mas a má vontade de deputados ligados a entidades religiosas fez o projeto tramitar por anos até ser engavetado.

Presidente do Conselho Estadual LGBT e coordenador do programa Rio Sem Homofobia da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado, Cláudio Nascimento sintetizou a vitória no STF.

– Se na hora de pagar impostos, os gays e lésbicas pagam como os héteros, por que na hora de ter direitos há diferenças? – indagou. – Essa votação é um marco histórico para o Brasil. O grau civilizatório de um país pode ser medido pela forma como ele trata os homossexuais.

Entre os direitos conquistados pelos gays estão a comunhão de bens, pensão alimentícia, pensão do INSS, planos de saúde e herança.

Carlos Tufvesson, estilista e assessor de Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio, destacou o pioneirismo do Rio no assunto.

– É uma decisão histórica na luta pelos direitos civis e humanos no Brasil. E o Rio é vanguarda porque a decisão do Supremo foi tomada a partir de uma representação do governador Sérgio Cabral.

CNBB não reconhece vitória

No entanto, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que este ano elegerá uma nova diretoria, não reconhece a decisão do STF a favor da união estável dos gays.

Porta-voz da 49ª Assembleia Geral da CNBB, que acontece até dia 13, em São Paulo, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, disse que a Igreja defende a família como instituição formada por homem e mulher, capaz de gerar filhos, e não a união estável de casais gays.

– A Igreja sempre defende e defenderá o direito das pessoas porque é contra a exclusão. No entanto, a família é uma entidade que vem do direito natural.

Para dom Edney Gouvêa Mattoso, bispo diocesano de Nova Friburgo, a decisão do STF não vai alterar o conceito da Igreja sobre a união de casais homossexuais.

– A Igreja vai continuar defendendo os direitos da família e a nossa fé. Isso também é liberdade. Uma coisa é a união civil, outra é o casamento, que é um sacramento da Igreja.

Já o arcebispo de Maringá (PR), o gaúcho dom Anuar Battisti, ressaltou que chamar de casamento a união entre homossexuais representa uma “agressão frontal” à família.

– As pessoas estão institucionalizando a destruição da família – disse ele, durante a Conferência que acontece em Aparecida, no Vale do Paraíba.

Sobre a adoção de crianças por pais do mesmo sexo, dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, bispo auxiliar de Belo Horizonte, foi taxativo.

– A adoção é um serviço da mais alta nobreza. Só não aceitamos fazer a equiparação com a família. Não é família. É uma comunidade de pessoas – comparou o bispo.
http://www.jb.com.br

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