Seguidores

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O desafio de recomeçar


Nessa vida estamos sujeitos a sofrer com as atitudes do próximo. Um pai sofre pela rebeldia e agressividade dos filhos, e vice-versa. Isso gera feridas que impedem que se viva a verdadeira vida relacional.
Naquele que sofreu o desprezo paterno, por exemplo, é comum notar a dificuldade de relacionamento com o seu genitor na maturidade. Sentar à mesa com aquele que foi o autor do desprezo é estar num mundo onde as imagens criadas com o tempo falam alto.
É na fase adulta que as faltas de outrora vem à tona e se sente a necessidade de preencher a lacuna criada pelo relacionamento quebrado. As pontas que deveriam andar juntas precisam ser unidas pela necessidade de afeto.
Surge então o desafio de recomeçar aquilo que foi obstruído com o tempo. Fazer isso exige muita energia e paciência. Quanto mais tempo sem diálogo, mais difícil é quebrar a pedra que se formou no meio do caminho.
Se somos a parte ferida é preciso que tenhamos paciência com aquele que deseja recomeçar. A pessoa que feriu não é um expert em relacionamento. Apreender a se relacionar é uma habilidade que requer sensibilidade para entender o outro, e isso é muito complicado. Nesse aprendizado muitas faltas ainda ocorrerão, contudo é preciso que se olhe para o desejo de mudar naquele que feriu.
O apóstolo Pedro é um exemplo de alguém que precisou recomeçar (Mt. 26:69-75). Diante de Jesus ele se mostrou destemido, desejando ir até as últimas consequências com Jesus. Todavia, quando foi pressionado como seguidor de Cristo, ele o negou. O Mestre foi ferido pela covardia. Mas, para Pedro, o perdão e a paciência de Jesus estavam à sua disposição para que ele pudesse recomeçar.
Jesus nos ensina a dar a oportunidade de recomeçar àqueles que nos feriram. Inclusive, setenta vezes sete. Perdoar é também dar a chance de que o outro possa voltar a trás e começar de novo.
Quando damos a chance para o recomeço estamos dispostos às tentativas falhas do outro. Perguntas como: “e se ele (ou ela) voltar a errar?”, são comuns. É aí que percebemos que permitir que a pessoa tente é um gesto de graça. E, porque não, de amor. Pois, o amor tudo sofre (1 Co. 13:4).
Nunca conseguiremos curar as feridas dos nossos relacionamentos se exigirmos perfeição. Quem nunca errou tentando acertar? Precisamos apoiar o desejo de acerto daquele que nos feriu.
O começo de uma nova relação acontece com a ajuda de ambos os lados. A parte ferida precisa ter a graça de Deus para permite que a parte que feriu percorra o caminho ondulante da reconciliação. O que feriu precisa tentar, com a força do Espírito Santo, a difícil tarefa da reconciliação.
Não é fácil mudar o que se estabeleceu com o tempo. Mas a tentativa de modificar os erros com próximo é fundamental para se viver a verdadeira vida.
      


Nenhum comentário:

Postar um comentário