Pastores e padres abrem comício de Dilma em São Paulo
Presença é para 'afastar o demônio da calúnia e da difamação', disse padre.
Presidente Lula fez comício ao lado da candidata Dilma Rousseff na noite desta sexta (15) em São Paulo. (Foto: Evelson de Freitas/Agência Estado) |
Lula disse que não pode permitir que Brasil 'desça serra abaixo'
Pastores evangélicos e padres católicos abriram o comício da candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, na noite desta sexta-feira (15), em São Paulo. O comício, marcado para à 19h, começou com a participação de religiosos, que discursaram, fizeram orações e cantaram músicas religiosas pela candidata.
O padre Júlio Lancelotti, representante dos católicos, foi responsável por um dos discursos mais fortes em defesa da candidata. Ele afirmou que a presença de padres e bispos evangélicos no comício era para “afastar o demônio da calúnia e da difamação”.
“São vários padres, várias igrejas com seus padres missionários. A palavra que eu quero compartilhar é a palavra de Deus, é a palavra de vida. Não se pode usar palavra de Deus para condenar, muito menos para mentir. A palavra de Deus não pode ser usada embutida em boatos, em calúnias, em difamação. A presença dos padres e bispos é para afastar o demônio da calúnia e da difamação, o demônio que não constrói. O povo precisa ter liberdade de escolha. Deus no fez livres, não com cabrestos", declarou.
Representante das igrejas evangélicas, o pastor Melo pediu que as pessoas mais necessitadas fossem beneficiadas pelo governo da petista, caso ela vença a eleição. O pastor se apresentou como representante dos Gideões Missionários, grupo que reúne integrantes de igrejas evangélicas.
Ele também fez um apelo pela criação de uma universidade federal na região do comício da candidata petista. “Que o novo governo instale a universidade federal na Zona Leste”, disse o pastor.
“Nós queremos escolher um caminho que continue, um caminho que defenda os pobres, que tenha compaixão pelos sofredores, que livre e liberte as pessoas da escravidão, das injustiças. Todos nós, pastores e religiosos, estamos aqui para dizer que não temos medo de mostrar nossos rostos, e nós, nas nossas igrejas, não usamos a palavra de Deus para fazer mentira e difamações. A palavra de Deus nos chama para defender os mais fracos", afirmou.
Lula pede 'voto de confiança'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o último a discursar no comício desta sexta-feira, após a candidata petista. Ele pediu "um voto de confiança" para ela.
"Se vocês confiam em mim, se vocês acham que eu fui um bom presidente, se vocês acham que o Brasil deve continuar neste rumo, dia 31 vamos votar na Dilma Rousseff para presidente da República. É o voto de confiança que eu pelo a vocês, votar nesta mulher para que ela possa continuar cada coisa que nós fizemos, melhorar e fazer mais".
O presidente ainda falou que assistiu a propaganda eleitoral na TV do adversário petista José Serra (PSDB) e afirmou que o conteúdo "é uma vergonha", no que se refere aos ataques à petista. Lula ainda disse que o programa de Serra "mostra preconceito contra a mulher". Para Lula, o que ocorre na campanha é " histórico e crônico em São Paulo".
"Inclusive a propaganda contra a companheira Dilma no submundo religioso. É uma vergonha, eu diria. É uma falta de caráter e de hombridade de pessoas que tentam abusar da boa fé do povo para criar terrorismo contra as pessoas".
O presidente ainda voltou a criticar propostas apresentadas por Serra como um 13º para o Bolsa-Família e o aumento do salário mínimo para R$ 600. Segundo o presidente, em época de eleição, "político não fala mal de pobre". Ele acusou as promessas de serem eleitoreiras.
"Em época de eleição, político não fala mal de pobre. Fala mal de rico. O teu adversário [Serra] só fala mal de banqueiro e de empresário e defende o pobre. Mas, depois que ganha, ele governa para o rico, e o pobre que se lasque."
Em seguida, o presidente fez um trocadilho com o nome do candidato tucano.
"Eu e Dilma, que passamos oito anos para fazer o Brasil subir ladeira acima, não podemos permitir que na eleição o Brasil desça serra abaixo", disse o presidente.
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