O verdadeiro evangelho e as mudanças na igreja contemporânea
Uma igreja que não brilha na escuridão do pecado perde a sua função no
mundo. Enxergo duas vias para esse triste fim. A primeira é a situação de inércia. O povo de Deus se acomoda no sistema pecaminoso sem agir sobre ele.
A outra via chamo de adaptação. Nesse caso, a igreja toma para si os valores mundanos e convive naturalmente com eles.
Ambas devem nos preocupar.
Sabemos que o evangelho em nós é dinâmico. Ele nos coloca em processo de
aperfeiçoamento. Uma vez que encontra lugar no coração do pecador ele o
faz “para ser”.
Ou seja, deixamos o velho homem, para ser imitadores das obras de Cristo, representantes de Deus na terra.
Num julgamento otimista, pode-se afirmar que muitos cristãos entendem o
privilégio de ser, mas desconhecem o para. Vivem como o povo Israelita
viveu em muitos momentos, gozando a vantagem de ser povo do Senhor,
contudo negligenciando o seu propósito para com as nações e o mundo.
Nosso papel como pregadores da palavra de Deus é acordar essa geração
para o dever que possui frente a um mundo que se corrompe no pecado.
Para isso, acredito que seja necessário que ensinemos o verdadeiro
evangelho de forma contextualizada na cultura e no tempo.
Uma das características do evangelho de Cristo é a sua atemporalidade. A mensagem que anunciamos está acima das influencias do tempo, pois é a palavra eterna de Deus aos homens.
Ele não é uma criação da imaginação humana. Em toda a sua criatividade o
homem não pode chegar por si só a entender a sua real condição em
relação a Deus. A revelação divina aos homens, fala a todos os homens e
de todos os homens, independente da cultura e do momento histórico em
que vivem.
A mesma cobiça que esteve no coração de Eva ao contemplar sedutoramente a
árvore proibida por Deus, está no coração da criança, do jovem, do
adulto e do idoso em relação ao pecado.
Ninguém pode ter um conhecimento tão profundo do coração, senão o nosso Criador, que nos deu vida, e viu a nossa queda no Éden.
O arcabouço do genuíno evangelho mostra aos descendentes de Adão que
eles estão fora do caminho de Deus, e por isso têm a opção de seguir o
curso natural de suas vidas, ou se voltarem para o Senhor em
arrependimento e fé.
A estrutura do evangelho que devemos levar seja em qualquer cultura,
urbana, rural, brasileira, africana, segue a mesma condição.
O pecado pecado tem permanecido o mesmo em todos os tempos da existência humana.
Em uma época passada, certos instrumentos musicais eram abomináveis
dentro das igrejas. Hoje são tacitamente aceitos. Eles exemplificam as
coisas temporais, que se modificam. Mudaram porque são conversões
humanas.
Se deixarmos de anunciar o evangelho atemporal de Cristo, em breve nossas igrejas perderão o seu sabor e se igualará ao mundo.
Não falo de roupas decotadas e estilos musicais e artísticos, mas da inclinação inata à rebeldia à vontade de Deus.
É preciso que combatamos a febre dos doentes espirituais, contudo sem esquecer que ela é um sintoma de uma doença mais profunda.
Se nossas pregações tratarem apenas das manifestações externas do pecado, muitas ovelhas continuaram agonizantes.
Temos o desafio de resistir à pressão mundana que tenta a todo custo
mudar a essência do evangelho. Esse evangelho está acima das formulações
humanas.
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