Para estimular consumo, RN serve carne de jumento a autoridades
Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
Do UOL, em Maceió
Um almoço com direito a picanha na brasa e filé ao molho madeira
será servido a autoridades de Apodi (341 km de Natal) e região ao
meio-dia desta quinta-feira (13). A diferença do cardápio é que não
haverá carne de boi, mas de jumento.
A ideia de oferecer o
almoço é do promotor Silvio Brito. Desde novembro, o representante do
Ministério Público iniciou um trabalho com as polícias rodoviárias
federal e estadual para recolher os jumentos que circulavam soltos pelas
rodovias do Estado.
Abandonados por se tornarem obsoletos no sertão –normalmente substituídos por motos--, os jumentos se tornaram um problema de trânsito no sertão nordestino, causando acidentes e mortes.
Em menos de seis meses, 600 jumentos já foram apreendidos e estão
confinados em uma fazenda. O problema é que a manutenção deles, além de
ter um custo, deve se tornar inviável em breve por falta de espaço. Até o
fim do ano devem ser mais de 2.000 no local, a levar em conta o ritmo
de cerca de 40 apreensões por semana.
Diante do cenário, o promotor buscou ajuda de especialistas e garante que a melhor solução encontrada é o abate para consumo do jumento. Para os pratos a serem servidos nesta quinta, dois jumentos foram abatidos.
"Queremos mostrar às pessoas que a carne do jumento pode ser uma importante fonte nutricional, com elevado teor de proteína, baixo teor de gordura, macia e com gosto idêntico a do boi. Só que ela hoje é totalmente desprezada por questões culturais", disse.
Entre as autoridades que devem ir ao almoço estão juízes, promotores, prefeitos, vereadores, jornalistas, professores e até o padre de Apodi. O público mais seleto é para dar confiança à população.
"O almoço é para que todos fiquem sabendo que a carne é própria para consumo. Até o padre, sensibilizado com a situação, virá para desmistificar a questão religiosa", disse.
Durante o almoço, que acontecerá em um restaurante particular de Apodi, serão servidos pratos com dois tipos de carne para os degustantes. "Vamos fazer uma degustação comparativa, colocando lado a lado e assim vermos quem consegue identificar a diferença entre boi e jumento. Acredito que ninguém vai", apostou.
A depender da aceitação, o promotor visualiza a possibilidade de servir a carne para detentos e, com um trabalho educativo, até inserir na merenda escolar. "Dependendo da receptividade, vamos trabalhar para ver como a gente consegue inserir esse alimento a outros públicos, mas sem obrigar ninguém a nada", disse.
Segundo veterinária e o professor de inspeção Jean Berg da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, a carne do jumento é saudável e segura como qualquer carne para consumo humano.
"A carne do jumento e dos de equídeos já é consumida em vários países do mundo. O Brasil exporta carne desses animais, com matadouros no Paraná e Minas. Do ponto de vista de sanidade, são os mesmos riscos de comer qualquer outra carne: o animal tem que ser saudável, passar por avaliação veterinária antes e durante o abate", afirmou.
A entidade questiona se a legislação sanitária e para abate dos animais está sendo atendida e afirma que os jumentos precisam de dois anos para procriar, sendo uma cria a cada 12 meses. "Se só existir abate, em poucos anos eles estarão extintos", afirmou
Diante do cenário, o promotor buscou ajuda de especialistas e garante que a melhor solução encontrada é o abate para consumo do jumento. Para os pratos a serem servidos nesta quinta, dois jumentos foram abatidos.
"Queremos mostrar às pessoas que a carne do jumento pode ser uma importante fonte nutricional, com elevado teor de proteína, baixo teor de gordura, macia e com gosto idêntico a do boi. Só que ela hoje é totalmente desprezada por questões culturais", disse.
Entre as autoridades que devem ir ao almoço estão juízes, promotores, prefeitos, vereadores, jornalistas, professores e até o padre de Apodi. O público mais seleto é para dar confiança à população.
"O almoço é para que todos fiquem sabendo que a carne é própria para consumo. Até o padre, sensibilizado com a situação, virá para desmistificar a questão religiosa", disse.
Durante o almoço, que acontecerá em um restaurante particular de Apodi, serão servidos pratos com dois tipos de carne para os degustantes. "Vamos fazer uma degustação comparativa, colocando lado a lado e assim vermos quem consegue identificar a diferença entre boi e jumento. Acredito que ninguém vai", apostou.
A depender da aceitação, o promotor visualiza a possibilidade de servir a carne para detentos e, com um trabalho educativo, até inserir na merenda escolar. "Dependendo da receptividade, vamos trabalhar para ver como a gente consegue inserir esse alimento a outros públicos, mas sem obrigar ninguém a nada", disse.
Segundo veterinária e o professor de inspeção Jean Berg da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, a carne do jumento é saudável e segura como qualquer carne para consumo humano.
"A carne do jumento e dos de equídeos já é consumida em vários países do mundo. O Brasil exporta carne desses animais, com matadouros no Paraná e Minas. Do ponto de vista de sanidade, são os mesmos riscos de comer qualquer outra carne: o animal tem que ser saudável, passar por avaliação veterinária antes e durante o abate", afirmou.
Críticas
A degustação, porém, teve reações negativas de ambientalistas. A ONG DNA (Defesa da Natureza e dos Animais) divulgou manifesto, esta semana, contestando a ideia de transformar o jumento em alimento.A entidade questiona se a legislação sanitária e para abate dos animais está sendo atendida e afirma que os jumentos precisam de dois anos para procriar, sendo uma cria a cada 12 meses. "Se só existir abate, em poucos anos eles estarão extintos", afirmou
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