Memorando para Conservadores: Aceitar o “Casamento” Homossexual abre porta para o “Estatismo Ilimitado”
Nota
do editor do The Pearcey Report: Enquanto a chefia da Suprema Corte
ouve os argumentos no Ato de Defesa ao Casamento e California’s Prop 8
esta semana, apologistas favoráveis ao “casamento” homossexual perguntam
como tal arranjo traz algum dano à sociedade. Na realidade, há muito em
jogo, e negativamente, para o indivíduo e para a sociedade como um
todo, como Nancy Pearcey demonstra abaixo, em observações publicadas em
2011, antes da Conferência de Ação Política Conservadora, em Washington,
D.C.
Texto de Por Nancy Pearcey. Tradução: Jorge Alberto. Fonte: Anajure. Divulgação: Púlpito Cristão.
A coalisão conservadora tem sempre estado instável. E a homossexualidade pode ser a questão na qual ela se estilhaça.
Muitos grupos têm anunciado que irão
boicotar a Conferência de Ação Política Conservadora (CAPC) no próximo
mês por conta da decisão de convidar o grupo ativista pró-homossexual
GOProud para participar.
Os grupos dissidentes incluem Family
Research Council, Concerned Women of America, The America Principles
Project, American Values, the Center for Military Readiness, Liberty
Counsel e the National Organization for Marriage.
Nem todos os conservadores apoiam o
boicote. No Hot Air, Ed Morrissey opina que se retirando, os
conservadores sociais criam a percepção de “que eles nem mesmo querem
debater sua posição sobre a homossexualidade”.
Em Commentary, Peter Wehner diz que
estes grupos poderiam dar a impressão de “que eles não têm os argumentos
necessários apara vencer sobre os méritos”.
Infelizmente, muitos americanos já têm
esta impressão – especialmente eleitores jovens. Um estudo de 2009 da
Pew descobriu que 58% dos jovens adultos entre 18 e 29 anos apoiam o
“casamento” entre pessoas do mesmo sexo, comparado a 39% da população
nacional.
Ao demonstrar que não apoiam a causa, os
conservadores sociais não estão desistindo, mas tomando um
posicionamento público – que cria um fórum para fazer a causa deles mais
efetiva. Eles devem tomar esta oportunidade para argumentar que a
prática da homossexualidade tem um impacto negativo não apenas na
família, mas também nos indivíduos – e que isto expressa um profundo
desrespeito a identidade biológica de uma pessoa.
Biologicamente, psicologicamente, machos
e fêmeas são claramente homólogos um ao outro. A anatomia reprodutiva e
sexual do macho é obviamente desenhada para uma relação com a fêmea, e
vice-versa.
A prática homossexual, portanto, requer a
contradição de sua própria biologia. Ela desconecta a sexualidade da
pessoa da sua identidade biológica como macho ou fêmea – o que exerce
uma auto alienação e efeito de fragmentação na personalidade humana.
E a lógica da alienação não parará por
aqui. A aceitação de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo já é
uma metástase de uma noção pós-moderna de sexualidade como fluida e
mutável com o tempo.
Por exemplo, um artigo na Utne Reader
destaca indivíduos que “saíram do armário” como homossexuais, mas foram
atraídos mais tarde para relações heterossexuais novamente. O artigo
cita o psicoterapeuta Bret Johnson explicando que as pessoas hoje “não
querem se colocar dentro de nenhuma caixa – nem gays, heteros, lésbicas
ou bissexuais”. Ao contrário, “elas querem ser livres para mudar suas
mentes”.
O que estamos vendo, Johnson conclui, é
“um desafio para a antiga, modernista forma de pensamento ‘Isto é o que
sou, período’ e um movimento em direção à versão pós-moderna, ‘Isto é o
que sou agora’.”
Em outras palavras, ontem eu era hetero,
hoje eu posso ser homossexual, e amanhã posso ser bissexual. A
identidade psicossexual de alguém é dita como estando em constante
fluxo.
No passado, homossexuais empregavam a
defesa de que tinham nascido daquela forma. Mas agora eles estão
começando a abraçar a ideia pós-moderna de que você pode ser o que
quiser ao longo do contínuo sexual.
Isto contradiz o conservadorismo em seu
cerne filosófico. O Conservadorismo baseia os direitos humanos no
reconhecimento de que existem certos dados inegociáveis na natureza
humana, anteriores ao estado, e que o estado é obrigado a respeitar.
Como cientista político, Philippe
Beneton explica que a igualdade conservadora “é fundada no
reconhecimento do que é humano”. Em contraste, no liberalismo, a
igualdade “é fundada na argumentação de que nada é especificamente
humano” – que a natureza humana em si é uma construção social, algo que
nós elaboramos à medida que vivemos, incluindo nossa identidade
psicossexual.
Neste caso, entretanto, não há nada no
indivíduo que foi dado, o qual o estado é obrigado a respeitar. O
Liberalismo mina a base dos direitos humanos inalienáveis.
O boicote na CAPC é uma chance de
destacar o que está em jogo. Jesse Hathaway do NewsReal Blog defende a
CAPC, dizendo “Estou um pouco alheio ao porquê isto importa, o que uma
pessoa faz na privacidade do seu quarto, ao ponto de que isto não me
afete”.
Mas isto o afeta – e a todos também.
Toda prática social é a expressão de suposições fundamentais sobre o que
significa ser humano. Quando a sociedade aceita e aprova a prática,
isto implica em se comprometer com a cosmovisão que apoia – tanto mais
se a prática está consagrada na lei.
Se a América aceita a prática de
“casamento” entre pessoas do mesmo sexo, no processo irá absorver a
cosmovisão que acompanha – a redefinição da personalidade humana como
uma construção puramente social – o que abre a porta ao estatismo
ilimitado, porque não há natureza humana que possa ser ofendida por um
estado opressor.
Aqueles que resistem serão compelidos pelo estado a se enquadrar, ou enfrentar penalidades por “discriminação”.
Margaret Thatcher costumava dizer,
“Primeiro você vence com o argumento, então você ganha o voto”. Em vez
de ceder sobre esta questão, os líderes da CAPC devem estar
vigorosamente levando a frente os argumentos do conservadorismo. Não
apenas ganhar o voto mas preservar a fundação da República Americana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário